leia Nesta edição
Gritar o que nos vem à ponta dos dedos. Botar no papel o que pulsa nas veias. Ter a coragem de soprar para o mundo o que somos em forma de palavra. O ofício da escrita é trabalhoso, mas, como toda arte, é uma necessidade da alma. Demanda coragem, como toda forma de nudez. E essa coragem nos irmana a todos os outros que antes (ou junto) de nós criam rendas com palavras, pintam quadros com sentenças, compõem música com parágrafos.
Sarabatana é megafone. Surge para amplificar o trabalho de artistas da palavra. Condensa diversas vozes e celebra a beleza de todas elas. Lança textos escolhidos, de autores apaixonados pela literatura que fazem. Escritores diversos, vivendo nos quatro cantos do planeta, mas semelhantes na ânsia de dar nome ao que gritam seus espíritos.
Esta primeira edição nasce de uma gestação longa e necessária. O que se lê aqui são almas nuas falando de vida e de morte, de partidas e de chegadas, de encontros e de desencontros, de dores e de alegrias. Os autores aqui reunidos compartilham ideias que constituem o que Sarabatana é e se mostram de peito aberto. Juntos, nos (re)fazemos com cada texto, nos (re)construímos com os arrepios de cada palavra.
É uma alegria poder ver tanta beleza sendo lançada ao mundo pela nossa Sarabatana. É uma honra nascer no mesmo dia que João Cabral de Melo Neto. Ele, que nos ensinou que “um galo sozinho não tece uma manhã”.
Vida longa! Evoé!

Editorial

Nesta edição colaboraram:
Fabio Salem Daie – Revisão
Ana Carolina Coelho – Fotografias que ilustram os textos Polvo, 5:55, Do morrer, A experiência de mim mesma, Início de otoño y ojos abiertos, 3 haikais e Idioma Fajuto. As demais fotografias são de Anna Davison, salvo a que ilustra o texto de Júlia Henning, que é da própria autora.