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singularidade

nathan sousa

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Terra, planeta, as primeiras manhãs de um tempo ainda recém.

Recém-nascido, recém-chegado, broto de luz, poeira estelar.

Vida microbiótica, água empoçada na glote de uma história

                                                 [que ainda não sabemos contar.

 

E um homem, hominídeo, terráqueo, corta lenha para parir o fogo

como se osso e mãos ancestres continuassem essa odisséia que um

dia (é o que supomos) abriu tamanha ferida sob a luz do sol.

 

Um maremoto se formando nos próprios olhos. E um vento frio ardia

sem parar por baixo dos cabelos. E eis que a fumaça sucumbisse àquele

céu (que também é esse, azul-cinza, fragmentado) de onde se busca a lágrima

                                       [quando a íris já não suporta tanta distância.

 

E eis que esse mesmo homem que agora se serve de outro braço, outra mão,

que fere as árvores como se uma estrela morresse (sua gravidade insuportável,

um colapso sem volta), sente que seu coração pulsa, e que há convulsão em suas veias.

                         [E sua carne vibra como o primeiro amanhecer de um dinossauro.

 

Há juncos por toda parte. E folhas espalhadas como cartas de adeus.

​​

Número 8

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